Resumo Multiculturalismo Prova
Estado Laico
ANEXO II Projeto de
Lei no 160
– “Lei Geral das Religiões”, de autoria do Deputado George Hilton PROJETO DE
LEI Nº160 , DE 2009 (Do Sr. George Hilton)
Dispõe
sobre as Garantias e Direitos Fundamentais ao Livre Exercício da Crença e dos
Cultos Religiosos, estabelecidos nos incisos VI, VII e VIII do artigo 5º, e no
§ 1º do artigo 210 da Constituição da República Federativa do Brasil
Art. 1º. Esta lei estabelece
mecanismos que asseguram o livre exercício religioso, a proteção aos locais de
cultos e suas liturgias e a inviolabilidade de crença no país, regulamentando
os incisos VI, VII e VIII do artigo 5º e o § 1º do artigo 210 da Constituição
da República Federativa do Brasil.
O
que é um Estado laico? É o mesmo que Estado leigo, que não promove a expansão
de determinada religião em detrimento de outra. No entanto, não se proíbe
diversos tipos de crença. A lógica do Estado laico é deixar a política livre,
separada da religião. É necessário que seja assim para que diversas formas de
fé e crença tenham oportunidades iguais de serem propagadas. Assim se torna
possível a constituição do pluralismo religioso.
Mas
há quem diga que no Brasil o cristianismo católico ainda é imposto. Como
exemplo, ainda se vê, em instituições públicas, o crucifixo com a imagem de
Cristo, ou a figura de Santa Maria, entre outros.
É
válido lembrar que vivemos poucos anos de república comparados ao período
colonial. O que nos leva a considerar que no decorrer de vários séculos de
imposição católica houve uma aculturação de aspectos dessa religiosidade.
Portanto, convivemos com característica que é originalmente da cultura
religiosa católica que se desenvolveu e se tornou parte da cultura brasileira.
Outro
exemplo válido de citação são as festividades de origem católica. Um
protestante, estudioso dos preceitos de sua fé, poderia deixar de participar
das festividades juninas dedicadas a São João, por compreender que sua
participação àquele tipo de evento é paradoxal à sua interpretação das
escrituras sagradas, a Bíblia. Por outro lado, existe um número considerável de
pessoas que se declaram protestantes que não acreditam estar cometendo pecado
algum ao participarem dessas festividades. Estes têm as festas juninas de São
João como algo proveniente da cultura brasileira e não as relacionam a
concepções religiosas. Estes são alguns efeitos da aculturação de costumes
católicos disseminados pela colônia e, mais tardar, acoplados a imigração
italiana (de origem católica). Logo, enraizada durante os anos da colonização,
assim permaneceu durante a ascensão do Estado moderno brasileiro, que se
declara laico.
É
inegável o fato de que temos uma herança cultural que parte da religião
católica e que, parte das discussões sobre a laicidade do Estado entram em
confronto direto com a cultura do Brasil. Dessa forma, até quando temos
consciência sobre a influência de determinada religião sobre uma construção
eminentemente cultural num país como o Brasil? Como podemos mensurar a
influência que as religiões exercem sobre culturas locais e nacionais? Até
quando, ser um Estado laico não impede as religiões de se propagarem? E por
outro lado, até quando uma vertente religiosa pode se expressar sem ferir a
laicidade de um Estado?
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
COSTA,
Maria Cristina Castilho. SOCIOLOGIA Introdução à ciência da
Sociedade. São Paulo, Editora Moderna, 2009.
DAMATTA,
Roberto. O que é o Brasil? 1° edição, Rio de Janeiro, Rocco,
2003.
*Bacharel
em Ciências Sociais pela PUC/Minas; licenciado em Sociologia pela UNIMES/SP;
Diretor do Departamento de Imprensa e Comunicação do SINDS/MG (Sindicato dos
Sociólogos de Minas Gerais e professor no Ensino Médio.
Fonte: http://www.cafecomsociologia.com/2014/01/estado-laico-e-heranca-da-cultura.html
Gênero
Scott
demonstra, em seus ensaios, preocupação em tratar as relações entre mulheres e
homens a partir de uma ótica que faça como que estes sujeitos não sejam vistos
em separados, daí, por exemplo, ter lançado sérias críticas quanto ao modo como
foi estudada a “história das mulheres” por volta da década de 1970, e mostrar
porque tal abordagem teve tão pouco impacto. Para a historiadora o caminho que
se estava seguindo, ou seja, o de mostrar novas informações sobre as mulheres
no passado, pensando que com isso ia de certo modo “equilibrar a balança”, não
estava ajudando neste projeto, tendo em vista, não modificar a importância
atribuída às atividades femininas, mas, pelo contrário, o que se estava fazendo
era colocá-las como em separado, estava dando a elas um lugar marginal em
relação aos temas masculinos dominantes e universais (SCOTT, 1994: 14). A
questão era simples, escrevia a respeito das mulheres trabalhadoras, dava
visibilidade a elas no processo de industrialização, falava de seu cotidiano,
de sua inserção ao mundo do trabalho etc, porém, não se tratava de questões que
esclarecia porque aqueles que escreveram sobre a história do trabalho ignoraram
evidências a respeito das mulheres, ou seja, não explicava a ausência de
atenção às mulheres no passado e assim esse tipo de abordagem não alterava as
definições estabelecidas dessas categorias (SCOTT, 1994: 14-15). Em “o problema
da invisibilidade” (SCOTT, 1989:.46), Scott também faz referência à questão das
limitações da proposta da história das mulheres, enfatizando que o propósito
“compensatório” desse tipo de iniciativa, não avançou no que diz respeito a
certas questões teóricas e metodológicas fundamentais a esse tipo 113 de estudo
e que estas questões só começaram a ser estudadas quando as (os) historiadoras
(es) passaram a perguntar por que e como as mulheres se tornaram invisíveis na
história. No entanto, Scott no texto que carrega o título de “História das
Mulheres” (SCOTT, 1992: 75-80), deixa claro não desmerecer a importância que
esta produção, sob o viés de “suplemento” da história, causou no campo
historiográfico, e aponta uma incômoda ambiguidade inerente ao projeto da
história das mulheres, dizendo que se por um lado é um suplemento inócuo deste
conhecimento, como foi dito anteriormente, por outro, é um deslocamento radical
dessa história. Argumenta que a maior parte da história das mulheres produzidas
até final da década de 1980, havia buscado de alguma forma incluir as mulheres
como objetos de estudo, sujeitos históricos. Ao agir dessa forma as (os)
historiadoras (es) reivindicaram a importância das mulheres na história e
terminaram por questionar pressupostos do próprio saber histórico, indo de
encontro a definições como a que coloca este campo do saber como reflexão
acurada sobre o que aconteceu no passado e de que seus agentes já estabelecidos
seriam os únicos e “verdadeiros” merecedores de serem lembrados.
Preconceito
Linguístico
–
Marcos Bagno Disponível em: googleimagem.com.br acessado em: 02/11/2012
Em
“Preconceito Linguístico”, Marcos Bagno desconstrói oito mitos enraizados à
cultura brasileira sobre a língua do Brasil
- ●Mito 01- “A
língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente” O
maior e mais sério dentre os outros mitos, por ser prejudicial à educação
e não reconhecer que o português falado no Brasil é bem diversificado,
mesmo a escola tentando impor a norma linguística como se ela fosse de
fato comum a todos os brasileiros As diferenças de status social em nosso
país, explicam a existência do verdadeiro abismo linguístico.
- Mito-02- “ Brasileiro
não sabe português / Só em Portugal se fala bem o português”“ refletem o
complexo de inferioridade, o sentimento de sermos até hoje uma colônia
dependente de um país mais antiga e mais “civilizado.” (p. 20)Conclui-se
que nenhum dos dois é mais certo ou mais errado, mais bonito ou mais feio:
são apenas diferentes um do outro e
atendem às necessidades linguísticas das comunidades que os usam,
necessidades linguísticas que também
são diferentes.
- Mito 03- “ Português
é muito difícil” Consiste na obrigação de termos de decorar conceitos e
fixar regras que não significam nada para nós fora de sala. A regência
verbal é caso típico de como o ensino tradicional da língua no Brasil não
leva em conta o uso brasileiro do português .
- Mito 04- “ As
pessoas sem instrução falam tudo errado” Isso se deve simplesmente a um
questão que não é linguística, mas social e política – as pessoas que
dizem Cráudia, praca, pranta pertencem a uma classe social desprestigiada,
marginalizada, que não tem acesso à educação formal e aos bens culturais
da elite, e por isso a língua que elas falam sofre o mesmo preconceito que
pesa sobre elas, ou seja, sua língua é considerada
"feia","pobre", "carente", quando na verdade
é apenas diferente da língua ensinada na escola.
- Assim, o
problema não está naquilo que se fala, mas em quem fala. Neste caso, o
preconceito linguístico é decorrência de um preconceito social.
Disponíveis em: facebook.com/pages/Preconceito-Linguístico-Marcos-Bagno Acessado em: 05/11/2012 às 08:00
- Mito 05- “ O
lugar onde melhor se fala o português no Brasil é no Maranhão” No Maranhão
a população costuma utilizar o pro nome TU seguido das formas verbais
clássicas com a terminação em S. (Ex: Tu vais / Tu queres);Porém no
Maranhão também é comum o uso de expressões como: “Esse é um bom livro
para ti ler” em vez da forma “correta”, “Esse é um bom livro paratu
leres.”
- Mito 06- “O
certo é falar assim porque se escreve assim” TEATRO: ● Carioca: Tchi-atru
● Paulista: Tê-atru ● Pernambucano: Té-atru
- “E agora? Quem está certo? Ora, todos estão
igualmente certos. O que acontece é que em toda comunicação linguística do
mundo existe um fenômeno chamado variação, isto é, nenhuma língua é falada
do mesmo jeito em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas falam
a própria língua de modo idêntico o
tempo todo.”(p.68)
- “Afinal, a língua falada é a língua tal
como foi aprendida pelo falante em seu convívio com a família e com a
comunidade, logo nos primeiros anos devida. É o instrumento básico de
sobrevivência. Um grito de socorro tem muito mais eficácia do que essa mesma
mensagem escrita .A língua escrita, por seu lado, é totalmente artificial,
exige treinamento, memorização, exercício, e obedece regras fixas, de
tendência conservadora, além de ser uma representação não exaustiva da língua
falada.” (p.71)
- Disponível em:
googleimagem.com.br acessado em: 03/11/201
- Mito 07- “ É
preciso saber gramática para falar e escrever bem” ● Este mito é um dos
mais difundidos. Tão comum é esta afirmação que faz com que a cobrança do
estudo da gramática seja feita. O autor lança mão de vários exemplos que
nos mostram o contrário. Um deles é simples e direto e fala que, se a
afirmação fosse verdadeira, todos os gramáticos seriam excelentes
escritores, e vice-versa.
- NO MEIO DO
CAMINHO No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do
caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me
esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca
me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no
meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra-Carlos Drummond de
Andrade
- Mito 08- “O
domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social” “Se o domínio
da norma-padrão fosse realmente um instrumento de ascensão na sociedade, os
professores de português ocupariam o topo da pirâmide social” (p. 89) “O
domínio da norma-padrão de nada vai adiantar a uma pessoa que não tenha
todos os dentes, que não tem casa decente para morar, água encanada...”
(p. 90)
- O Círculo
vicioso do preconceito linguístico A Gramática Tradicional inspira a
prática de ensino, que por sua vez provoca o surgimento da indústria do
livro didático, cujos autores recorrem à Gramática Tradicional como fonte
de concepções e teorias sobre a língua.
- O livro que
“ensina a falar errado”
Fonte: http://pt.slideshare.net/daniegalvao/slides-preconceito-lingustico-o-que-como-se-faz