quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

AULA  20 / 02 / 2014  FILOSOFIA

O que é mito?
 São narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles.
Atualmente, nós os criamos também para explicar o inexplicável e fenômenos da natureza. Mito nem sempre é utilizado na simbologia correta, porque também é usado em referência as crenças comuns que não tem fundamento objetivo ou científico.

Qual a função do mito?
1. Explicar – o presente é explicado por alguma ação que aconteceu no passado, cujos efeitos não foram apagados pelo tempo, como por exemplo, uma constelação existe porque, há muitos anos, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta, mas uma deusa levou-as para o céu e transformou-as em estrelas.
2. Organizar – o mito organiza as relações sociais, de modo a legitimar e determinar um sistema complexo de permissões e proibições. O mito de Édipo existe em várias sociedades e tem a função de garantir a proibição do incesto, por exemplo. O “castigo” destinado a quem não obedece às regras funciona como “intimidação” e garante a manutenção do mito.
3. Compensar – o mito conta algo que aconteceu e não é mais possível de acontecer, mas que serve tanto para compensar os humanos por alguma perda, como para garantir-lhes que esse erro foi corrigido no presente, oferecendo uma visão estabilizada da Natureza e do meio que a cerca (Chauí, p. 162).

MITO DA CAVERNA
Platão escreveu o mito da caverna para explicar a natureza humana e nos remete para a situação que muitos seres humanos vivem, num mundo de ilusão, e presos por crenças errôneas, preconceitos, ideias falsas, e por isso vivem em um mundo com poucas possibilidades, assim como os homens na caverna.

Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após
geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão
algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e
a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os
lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo
que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os
prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual
foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de
marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo
tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas. Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros
enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas,
mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.
Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas
são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem
saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos
reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a
fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda luminosidade possível é a que
reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria
um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os
outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos
anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e,
deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade
é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se
com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo
no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua
vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no
fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria
desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não
acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas
caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em
afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por
matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos
demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.
O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das
estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o
prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz exterior do
sol? A luz da verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das idéias
verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o filósofo
e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética. O que é a
visão do mundo real iluminado? A Filosofia. Por que os prisioneiros zombam,
espancam e matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates
à morte pela assembléia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o
mundo real e o único verdadeiro.

PAPEL DO EDUCADOR:
Levar do conhecimento cotidiano (senso comum) para o conhecimento científico (senso filosófico), ou seja, sair do senso comum e ampliar para o senso filosófico, levando o educando a desenvolver uma consciência crítica.
Segundo LUCKESI, nas relações entre Filosofia e Educação, só existem realmente 2 opções: ou se pensa e se reflete sobre o que se faz e assim realiza uma ação educativa consciente, ou não se reflete criticamente e se executa uma ação pedagógica a partir de uma concepção mais ou menos obscura e opaca existente na cultura vivida do dia a dia e assim realiza uma ação educativa com baixo nível de consciência.
Para entender melhor assistam ao vídeo.




BIBLIOGRAFIA:
http://www.infoescola.com/filosofia/origem-e-funcao-do-mito/
CHAUÍ, Marilena.Convite à Filosofia, São Paulo: Editora Ática, 2000.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação, São Paulo: Editora Cortez, 2005.
Anotações pessoais em sala.

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