segunda-feira, 27 de abril de 2015

Galera, este é o texto que nosso grupo irá discutir amanhã na aula .....

Síntese: Currículo e desenvolvimento humano
Disciplina: Currículos e Programas
Docente: Cristina Otero


Apresentação

 A abordagem curricular como objeto de atenção do MEC não é recente. Em cumprimento ao Artigo 210 da Constituição Federal de 1988, que determina como dever do Estado para com a educação fixar “conteúdo mínimos para o Ensino Fundamental, de maneira a assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”, foram elaborados e distribuídos pelo MEC, a partir de 1995, os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil/RCNEI, os Parâmetros Curriculares Nacionais/ PCN’s para o Ensino Fundamental, e os Referenciais Curriculares para o Ensino Médio. Posteriormente, o Conselho Nacional de Educação definiu as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica.
O processo educativo é complexo e fortemente marcado pelas variáveis pedagógicas e sociais, portanto, não pode ser analisado fora de interação dialógica entre escola e vida, considerando o desenvolvimento humano, o conhecimento e a cultura.

Introdução


            A reflexão sobre o currículo está instalada como tema central nos projetos político-pedagógicos das escolas e nas propostas dos sistemas de ensino, assim como nas pesquisas, na teoria pedagógica e na formação inicial e permanente dos docentes.
            As indagações sobre o currículo presentes nas escolas e na teoria pedagógica mostram um primeiro significado: a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem passados aos alunos. São uma construção e seleção de conhecimentos e práticas produzidas em contextos concretos e em dinâmicas sociais, políticas e culturais, intelectuais e pedagógicas, os currículos são orientados pela dinâmica da sociedade.
           


CADA TEXTO APRESENTA SUAS ESPECIFICIDADES DE ACORDO COM O EIXO ABORDADO.

O texto “Currículo e Desenvolvimento Humano”, de Elvira Souza Lima, apresenta reflexão sobre currículo e desenvolvimento humano, faz uma abordagem sobre a questão do tempo da aprendizagem, apontando que a construção e o desenvolvimento dos conceitos se realizam progressivamente e de forma recorrente.


OS TEXTOS EM SEU CONJUNTO APRESENTAM INDAGAÇÕES CONSTANTES.



            Todos os textos:

·         constatam as mudanças que vêm acontecendo na consciência e identidade profissional dos(as) educadores(as). Todos coincidem ao destacar as mudanças nas formas de viver a infância e a adolescência, a juventude e a vida adulta.

·         recuperam o direito à educação entendido como direito à formação e ao desenvolvimento humano, como humanização, como processo de apropriação das criações, saberes, conhecimentos, sistemas de símbolos, ciências, artes, memória, identidades, valores, culturas... resultantes do desenvolvimento da humanidade em todos os seus aspectos.

·         coincidem ao recuperar o direito ao conhecimento como o eixo estruturante do currículo e da docência.

·         coincidem ao recuperar o direito à cultura, o dever do currículo, da escola e da docência de garantir a cultura acumulada, devida às novas gerações.

·         têm como referente a diversidade, as diferenças e as desigualdades que configuram nossa formação social, política e cultural. Ver a diversidade como um dado positivo, liberá-la de olhares preconceituosos.

·         coincidem ao destacar os currículos como uma organização temporal e espacial do conhecimento que se traduz na organização dos tempos e espaços escolares e do trabalho dos professores e alunos.

·         abordam a questão da avaliação. O que se avalia e como se avalia está condicionado pelas competências, habilidades, conhecimentos que o currículo privilegia ou secundariza.

Este conjunto de indagações toca em preocupações que ocupam os profissionais da educação básica: qual o papel da docência, da pedagogia e da escola? Que concepções de sociedade, de escola, de educação, de conhecimento, de cultura e de currículo orientarão a escolha das práticas educativas?
A função da escola, da docência e da pedagogia vem se ampliando, à medida que a sociedade, os educandos mudam e o direito à educação se alarga, incluindo o direito ao conhecimento, às ciências, aos avanços tecnológicos e às novas tecnologias de informação. Mas também o direito à cultura, às artes, à diversidade de linguagens e formas de comunicação, aos sistemas simbólicos e ao sistema de valores que regem o convívio social, à formação como sujeitos éticos.
Os textos coincidem ao pensar a educação, o conhecimento, a escola, o currículo a serviço de um projeto de sociedade democrática, justa e igualitária.

  
      I. INTRODUÇÃO

Em nossa espécie, o adulto detém um papel importante, culturalmente determinado, de garantir esta continuidade. A espécie humana subsiste, exatamente, pela transmissão que seus membros mais velhos fazem aos bebês, às crianças pequenas e aos jovens das ações humanas, dos conhecimentos, dos valores, da cultura. Na escola, esta ação do adulto se revela como a função pedagógica que o professor tem de possibilitar a apropriação do conhecimento sistematizado (que comumente chamamos de conhecimento formal), que caracteriza as ciências e as artes.
A relação da criança com o adulto na escola é uma relação específica, porque o professor não é, simplesmente, mais um adulto com quem a criança interage – ele é um adulto com a tarefa específica de utilizar o tempo de interação com o aluno para promover seu processo de humanização
O processo de educação formal possibilita novas formas de pensamento e de comportamento: por meio das artes e das ciências o ser humano transforma sua
vida e de seus descendentes.
É importante alertar para a diferença entre um currículo que parte do cotidiano e aí se esgota e um currículo que engloba em si mesmo não apenas a aplicabilidade do conhecimento à realidade cotidiana vivida por cada grupo social, mas entende que conhecimento formal traz outras dimensões ao desenvolvimento humano, além do “uso prático”.
Ao realizar seu planejamento, o professor dispunha de quadros de referência
para verificar se o trabalho a ser desenvolvido com o conteúdo de qualquer área de conhecimento atendia aos princípios de formação humana pretendidos pela proposta
pedagógica. Ou seja, os pilares orientavam o planejamento: o professor podia e devia confirmar que o conteúdo e as atividades planejadas contemplavam cada um deles.
Conhecimento formal é todo conhecimento sistematizado, criado a partir do desenvolvimento cultural da humanidade. Todas as formas de arte são conhecimento sistematizado, assim como todas as categorias de ciências.
Não há dicotomia entre artes e ciências, elas têm entre si vários pontos que as aproximam e na formação escolar é importante que ambas sejam igualmente valorizadas no currículo.
            Uma das consequências mais notáveis do trabalho intelectual é que ele “fornece” um modo de trabalho categorial, estabelecendo padrões.


II. DESENVOLVIMENTO HUMANO

Realiza em períodos que se distinguem entre si pelo domínio principal de estratégias e capacidade específicas de ação e interação e aprendizagem. Os períodos de desenvolvimento são; na infância, adolescência, maturidade e velhice, as transformações que mais marcam a evolução biológica (constante para todos os seres humanos) e vivência cultural, que o ser humano apresenta desde nascimento.

·         Plasticidade cerebral: é a capacidade que o cérebro tem em se remodelar em função das experiências do sujeito reformulando suas conexões em função dos fatores no meio ambiente. Possibilita o desenvolvimento da linguagem oral, aprendizado de línguas, domínio de instrumento musical e complexo que é ato de desenhar, corre e nadar.



Desenvolvimento cultural

O desenvolvimento tecnológico e processo de globalização e de informação por meio de imagem modificaram os processos de desenvolvimento cultural por introduzirem novas formas de mediação. Novos instrumentos culturais levam a novos caminhos de desenvolvimento, interação com a informática, como cartazes, outdoors. E na zona rural com chegada da eletricidade  TV, fotografias, vídeo entre outros.




LINGUAGEM E IMAGENS MENTAIS: PERCEPÇÃO; MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO.

Desenvolvimento da Função Simbólica

Função Simbólica: é a possibilidade de representar,mentalmente,por símbolos o que ela experimenta,sensivelmente,no real.Ela permite ao ser humano construir significados e acumular conhecimentos.A linguagem escrita,a matemática,a química,a física,o sistema de notação de dança ,da música são manifestações da função simbólica.
Função Simbólica é a atividade mais básica das ações que acontecem na escola,tanto do educador como do educando.

PERCEPÇÃO: é realizada pelos cinco sentidos externos. O ser humano desenvolve estes sentidos desde que não haja impedimentos dos órgãos dos sentidos ou nas estruturas cerebrais que processam a percepção de cada um deles,  sentido, visual auditiva, e vibração e calor. Isso revela que os sentidos funcionam com interdependência, o que tem uma relevância fundamental para os professores,pois o ensino deve mobilizar várias dimensões da percepção para que o aluno possa guardar conteúdos na memória de longa duração.A percepção pode criar um interesse novo.
MEMÓRIA: possibilidade de adquirir aquisição, armazenar e recuperar informações disponíveis seja internamente, no cérebro, toda aprendizagem envolve a memória,Os tipos de memória são de longa duração e curta duração
Temos vários tipos de memória: implícita, explícita (Semântica ou episódica) e operacional.

MEMÓRIA EXPLÍCITA SEMÃNTICA: também chamada de declarativa, inclui as memórias que podem ser explicitadas pela linguagem,este tipo de memória engloba aquilo que pode ser lembrado por meio das imagens,símbolos ou sistemas simbólicos,sua capacidade está ligada à organização de informações em padrão.As pessoas tendem a memorizar,mais facilmente,aquilo em que elas conseguem aplicar padrões.O ensino bem sucedido é aquela que instrumentaliza a pessoa para construir,aplicar,reconhecer e manipular padrões.

MEMÓRIA OPERACIONAL: memória operacional se ocupa das operações,ou seja um sistema de ações organizadas,segundo a natureza do comportamento.Ex:o comportamento de andar,de dirigir,de dançar ,conjugações verbais,comportamentos que têm uma ordem de movimentos a  ser seguida,nesta ordem já está fixada na memória.

IMAGINAÇÃO: funcionamento da imaginação e seu desenvolvimento,têm uma grande autonomia e se manifestam tanto na ação como no ato de aprender.As aprendizagens escolares a imaginação desempenha um papel central e deve ser considerada no planejamento,na alocação de tempo das atividades dentro e fora da sala de aula,nas situações comuns do cotidiano escolar.Duas implicações,a imaginação não é dada na espécie é construída e faz parte integrante do processo de aprendizagem.


III. CURRÍCULO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

A - A criança na escola

A aprendizagem é um processo múltiplo, isto é a criança utiliza estratégias diversas para aprender, com variações de acordo com o período de desenvolvimento,estratégias que são importantes durante toda infância como observar,imitar e desenhar.As informações e as atividades humanas necessárias para formar novas memórias que servirão de suporte para aquisição se conhecimentos posteriores.
Toda criança se desenvolve indo ou não à escola, o domínio do desenvolvimento humano não deixa de acontecer se a criança não for à escola, precisa ser ensinado apropriar-se da língua escrita, ler e escrever, formar conceitos de história,desenvolver o pensamento matemático.


B – A Distinção entre Desenvolvimento e Aprendizagens Escolares

Quando a criança passa a fazer parte da escola de um núcleo social ela vai modificando continuamente. Mas não necessariamente o que ela aprende vem só da escola, mais também em casa, na turma da rua, igreja e na família.
A aprendizagem é um processo múltiplo, isto é, a criança utiliza estratégias diversas para aprender com variações de acordo com o período de desenvolvimento. O aprendizado das crianças tem a ver com as estratégias de aprendizagem, conforme o professor passa uma atividade e o aluno aprende podemos dizer que uma dessas estratégias pode ser como observar, imitar, desenhar e entre outros. O professor tem que passar a atividade e verificar se os alunos estão aprendendo ou não, se estão alcançando o objetivo alcançado, caso não estejam, o professor deve ter outras estratégias do mesmo conteúdo pra vê se o aluno realmente aprendeu. Toda criança desenvolve indo ou não a escola, por exemplo,  na sua vida cotidiana ele ou ela consegue reconhecer as cores não necessariamente precisa ir à escola para aprender. Agora se quer aperfeiçoar seu conhecimento precisa ir à escola para o professor aprimorar a língua escrita, ler e escrever, formar conceitos de história e entre outros. Ainda falando de cores na escola ele ou ela não irá só aprender as cores como fazer uma cor virá em outra cor, na idade primária eles desenham muito. O desenho é muito importante no desenvolvimento infantil a aula de desenho deve ser considerada como atividade funcional e não como atividade complementar, tanto na educação infantil como na série iniciais do ensino fundamental.


IV. APRENDER: CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO E ATIVIDADES DE ESTUDO

O conhecimento não é fruto de discussões e intenções e sim de um trabalho sistemático que envolve biologicamente e culturalmente o desenvolvimento humano.
Currículo envolve o conteúdo da área de conhecimentos e as atividades necessárias para que o aluno se aproprie desse conhecimento.
Aprender é uma atividade complexa que exige do ser humano procedimento diferenciados.
O professor precisa interagir com o aluno, desenvolver no mesmo a atividade de estudo é parte integrante e fundamental do processo de ensino. Além da leitura, são atividades que envolvem: observação, registro, organização e relato.


A observação é importantíssima desde quando são bebês até uma apresentação de trabalho para sala, requer atenção mais  do aluno uma vez que sabe que vai ser observado.
É importante o registro é ali que o professor vai anotar o que foi ensinado, fazer um planejamento do que quer ensinar e os objetivos alcançados. Observação e registro podem vir juntos e ser utilizados em situações diferentes para cada área de conhecimento, pois contribuem para a formação de conceitos.
O caderno pode ser um local de registro de possíveis soluções para os problemas ou desafios colocados para toda classe.
Para a organização, a pessoa dispõe de inúmeras possibilidades desenvolvidas ao longo da evolução da espécie mapas, diagramas, esquemas, e etc... São algumas possibilidades de organização do que foi observado e registrado.
Habituar o aluno a fazer relatos escritos, é de grande funcionalidade para o desenvolvimento humano, pois a escrita e as informações na memória que contribui muito para o armazenamento e de longa duração para a formação de conceitos.
A comunicação pode ser oral, escrita, imagens, cartaz, livros, filmes e outros, todas essas formas de comunicação são exercícios da função simbólica, portanto, sempre importantes para os alunos nas várias idades.
Na ação de explicar como se faz e na ação de monitorar passo a passo a realização da ação, o monitor é solicitado a trabalhar com os conceitos envolvidos, o que ajuda o desenvolvimento do seu próprio pensamento.


V. FORMAÇÃO DO CONCEITO E INTERDISCIPLINARIDADE DO CÉREBRO.

Para adquirirmos uma compreensão do mundo, há influências externas e internas, que constroem essa compreensão dos símbolos, seus significados e subsignificados, dando assim conceitos para efetivar nosso conhecimento.
Só a teoria momentânea não dá conta da construção e manutenção desses conceitos, sendo necessária uma constante manutenção, com experiências e aprofundamentos, sempre com conceitos mais abrangentes, podendo dispender bastante tempo para isso.
O professor deve sempre identificar o ponto que a criança está, para não correr o risco de regredir ou estagnar a matéria, e nem de avança-la demais, mas sempre transformando, organizando os fragmentos conceituais da criança.
Há duas dimensões para discutir a interdisciplinaridade e currículo: a da aprendizagem e do desenvolvimento. Elas se relacionam, mas há de se distinguir as duas.
O aluno se apropria de conceitos de cada área especifica, devendo assim, existir a interdisciplinaridade, mas mantendo os parâmetros que caracterizam cada disciplina.
Na interdisciplinaridade do desenvolvimento, sabe-se que internamente, milhões de dados, redes e informações que recebemos vão se conectando e encaixando, formando um conceito teórico e a forma como ele é organizado para aplicação.
Logo o currículo deve colaborar em facilitar essa intersecção de conceitos, anexando o aprendizado dos conteúdos sistemáticos com os culturais.
As artes propiciam a cultura humana, sendo usadas também para sistematização do conhecimento. Nas artes valores como disciplina e responsabilidade são amplamente difundidos, auxiliando como processo interdisciplinar nas escolas, pois as artes e as brincadeiras são heranças culturais no ser humano, e se inserem nas redes internas de desenvolvimento e conexão de conceitos.
Construir conhecimento envolve o educando, o educador e o conhecimento (formalmente organizado). Isso é social, pois a escola não é independente, mas tem dimensão política que reflete em suas ações em sala.
Aprender não é uma atividade exclusivamente cognitivamente intelectual. Envolve emoções por envolver a troca afetiva de informações e interações. Assim ela desenvolve seus conceitos em sua totalidade.
Aproveitando todo esse leque de rede de aprendizagem, o educador não deve restringir-se em transmitir conhecimento, mas formas do aluno conseguir, por si só, juntar todas as informações obtidas para amplificar suas habilidades.


FONTE:

Lima, Elvira Souza.Indagações sobre currículo : currículo e desenvolvimento humano; organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel,
Aricélia Ribeiro do Nascimento. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2007.

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