Galera, este é o texto que nosso grupo irá discutir amanhã na aula .....
Síntese: Currículo e
desenvolvimento humano
Disciplina: Currículos
e Programas
Docente: Cristina Otero
Apresentação
A abordagem curricular como objeto de atenção
do MEC não é recente. Em cumprimento ao Artigo 210 da Constituição Federal de
1988, que determina como dever do Estado para com a educação fixar “conteúdo
mínimos para o Ensino Fundamental, de maneira a assegurar a formação básica
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”,
foram elaborados e distribuídos pelo MEC, a partir de 1995, os Referenciais
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil/RCNEI, os Parâmetros
Curriculares Nacionais/ PCN’s para o Ensino Fundamental, e os Referenciais
Curriculares para o Ensino Médio. Posteriormente, o Conselho Nacional de
Educação definiu as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica.
O
processo educativo é complexo e fortemente marcado pelas variáveis pedagógicas
e sociais, portanto, não pode ser analisado fora de interação dialógica entre
escola e vida, considerando o desenvolvimento humano, o conhecimento e a
cultura.
Introdução
A reflexão sobre o currículo está
instalada como tema central nos projetos político-pedagógicos das escolas e nas
propostas dos sistemas de ensino, assim como nas pesquisas, na teoria
pedagógica e na formação inicial e permanente dos docentes.
As indagações sobre o currículo
presentes nas escolas e na teoria pedagógica mostram um primeiro significado: a
consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem passados aos
alunos. São uma construção e seleção de conhecimentos e práticas produzidas em contextos
concretos e em dinâmicas sociais, políticas e culturais, intelectuais e
pedagógicas, os currículos são orientados pela dinâmica da sociedade.
CADA TEXTO APRESENTA SUAS
ESPECIFICIDADES DE ACORDO COM O EIXO ABORDADO.
O
texto “Currículo e Desenvolvimento Humano”, de Elvira Souza Lima,
apresenta reflexão sobre currículo e desenvolvimento humano, faz uma abordagem
sobre a questão do tempo da aprendizagem, apontando que a construção e o
desenvolvimento dos conceitos se realizam progressivamente e de forma
recorrente.
OS TEXTOS EM SEU
CONJUNTO APRESENTAM INDAGAÇÕES CONSTANTES.
Todos os textos:
·
constatam
as mudanças que vêm acontecendo na consciência e identidade profissional
dos(as) educadores(as). Todos coincidem ao destacar as mudanças nas formas de
viver a infância e a adolescência, a juventude e a vida adulta.
·
recuperam
o direito à educação entendido como direito à formação e ao desenvolvimento
humano, como humanização, como processo de apropriação das criações, saberes,
conhecimentos, sistemas de símbolos, ciências, artes, memória, identidades,
valores, culturas... resultantes do desenvolvimento da humanidade em todos os
seus aspectos.
·
coincidem
ao recuperar o direito ao conhecimento como o eixo estruturante do currículo e
da docência.
·
coincidem
ao recuperar o direito à cultura, o dever do currículo, da escola e da docência
de garantir a cultura acumulada, devida às novas gerações.
·
têm
como referente a diversidade, as diferenças e as desigualdades que configuram
nossa formação social, política e cultural. Ver a
diversidade como um dado positivo, liberá-la de olhares preconceituosos.
·
coincidem
ao destacar os currículos como uma organização temporal e espacial do
conhecimento que se traduz na organização dos tempos e espaços escolares e do
trabalho dos professores e alunos.
·
abordam
a questão da avaliação. O que se avalia e como se avalia está condicionado
pelas competências, habilidades, conhecimentos que o currículo privilegia ou
secundariza.
Este
conjunto de indagações toca em preocupações que ocupam os profissionais da
educação básica: qual o papel da docência, da pedagogia e da escola? Que
concepções de sociedade, de escola, de educação, de conhecimento, de cultura e
de currículo orientarão a escolha das práticas educativas?
A
função da escola, da docência e da pedagogia vem se ampliando, à medida que a
sociedade, os educandos mudam e o direito à educação se alarga, incluindo o direito
ao conhecimento, às ciências, aos avanços tecnológicos e às novas tecnologias
de informação. Mas também o direito à cultura, às artes, à diversidade de
linguagens e formas de comunicação, aos sistemas simbólicos e ao sistema de
valores que regem o convívio social, à formação como sujeitos éticos.
Os
textos coincidem ao pensar a educação, o conhecimento, a escola, o currículo a
serviço de um projeto de sociedade democrática, justa e igualitária.
I. INTRODUÇÃO
Em nossa espécie, o
adulto detém um papel importante, culturalmente determinado, de garantir esta
continuidade. A espécie humana subsiste, exatamente, pela transmissão que seus
membros mais velhos fazem aos bebês, às crianças pequenas e aos jovens das
ações humanas, dos conhecimentos, dos valores, da cultura. Na escola, esta ação
do adulto se revela como a função pedagógica que o professor tem de
possibilitar a apropriação do conhecimento sistematizado (que comumente
chamamos de conhecimento formal), que caracteriza as ciências e as artes.
A relação da
criança com o adulto na escola é uma relação específica, porque o professor não
é, simplesmente, mais um adulto com quem a criança interage – ele é um adulto
com a tarefa específica de utilizar o tempo de interação com o aluno para promover
seu processo de humanização
O processo de
educação formal possibilita novas formas de pensamento e de comportamento: por
meio das artes e das ciências o ser humano transforma sua
vida e de seus descendentes.
É importante
alertar para a diferença entre um currículo que parte do cotidiano e aí se
esgota e um currículo que engloba em si mesmo não apenas a aplicabilidade do
conhecimento à realidade cotidiana vivida por cada grupo social, mas entende
que conhecimento formal traz outras dimensões ao desenvolvimento humano, além
do “uso prático”.
Ao realizar seu
planejamento, o professor dispunha de quadros de referência
para verificar se o trabalho a ser
desenvolvido com o conteúdo de qualquer área de conhecimento atendia aos
princípios de formação humana pretendidos pela proposta
pedagógica. Ou seja, os pilares
orientavam o planejamento: o professor podia e devia confirmar que o conteúdo e
as atividades planejadas contemplavam cada um deles.
Conhecimento formal
é todo conhecimento sistematizado, criado a partir do desenvolvimento cultural
da humanidade. Todas as formas de arte são conhecimento sistematizado, assim
como todas as categorias de ciências.
Não há dicotomia
entre artes e ciências, elas têm entre si vários pontos que as aproximam e na
formação escolar é importante que ambas sejam igualmente valorizadas no
currículo.
Uma
das consequências mais notáveis do trabalho intelectual é que ele “fornece” um
modo de trabalho categorial, estabelecendo padrões.
II.
DESENVOLVIMENTO HUMANO
Realiza em períodos que se distinguem entre si
pelo domínio principal de estratégias e capacidade específicas de ação e
interação e aprendizagem. Os períodos de desenvolvimento são; na infância,
adolescência, maturidade e velhice, as transformações que mais marcam a
evolução biológica (constante para todos os seres humanos) e vivência cultural,
que o ser humano apresenta desde nascimento.
·
Plasticidade cerebral: é a capacidade que o cérebro
tem em se remodelar em função das experiências do sujeito reformulando suas
conexões em função dos fatores no meio ambiente. Possibilita o desenvolvimento
da linguagem oral, aprendizado de línguas, domínio de instrumento musical e
complexo que é ato de desenhar, corre e nadar.
Desenvolvimento cultural
O desenvolvimento
tecnológico e processo de globalização e de informação por meio de imagem
modificaram os processos de desenvolvimento cultural por introduzirem novas
formas de mediação. Novos instrumentos culturais levam a novos caminhos de desenvolvimento,
interação com a informática, como cartazes, outdoors. E na zona rural com
chegada da eletricidade TV, fotografias, vídeo entre outros.
LINGUAGEM E IMAGENS MENTAIS: PERCEPÇÃO; MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO.
Desenvolvimento
da Função Simbólica
Função Simbólica: é
a possibilidade de representar,mentalmente,por símbolos o que ela
experimenta,sensivelmente,no real.Ela permite ao ser humano construir
significados e acumular conhecimentos.A linguagem escrita,a matemática,a
química,a física,o sistema de notação de dança ,da música são manifestações da
função simbólica.
Função Simbólica é a atividade mais
básica das ações que acontecem na escola,tanto do educador como do educando.
PERCEPÇÃO: é realizada pelos cinco sentidos externos. O ser humano
desenvolve estes sentidos desde que não haja impedimentos dos órgãos dos
sentidos ou nas estruturas cerebrais que processam a percepção de cada um
deles, sentido, visual auditiva, e
vibração e calor. Isso revela que os sentidos funcionam com interdependência, o
que tem uma relevância fundamental para os professores,pois o ensino deve
mobilizar várias dimensões da percepção para que o aluno possa guardar
conteúdos na memória de longa duração.A percepção pode criar um interesse novo.
MEMÓRIA: possibilidade de adquirir aquisição,
armazenar e recuperar informações disponíveis seja internamente, no cérebro,
toda aprendizagem envolve a memória,Os tipos de memória são de longa duração e
curta duração
Temos vários tipos de memória:
implícita, explícita (Semântica ou episódica) e operacional.
MEMÓRIA EXPLÍCITA SEMÃNTICA: também
chamada de declarativa, inclui as memórias que podem ser explicitadas pela
linguagem,este tipo de memória engloba aquilo que pode ser lembrado por meio
das imagens,símbolos ou sistemas simbólicos,sua capacidade está ligada à
organização de informações em padrão.As pessoas tendem a memorizar,mais
facilmente,aquilo em que elas conseguem aplicar padrões.O ensino bem sucedido é
aquela que instrumentaliza a pessoa para construir,aplicar,reconhecer e
manipular padrões.
MEMÓRIA OPERACIONAL: memória
operacional se ocupa das operações,ou seja um sistema de ações
organizadas,segundo a natureza do comportamento.Ex:o comportamento de andar,de
dirigir,de dançar ,conjugações verbais,comportamentos que têm uma ordem de
movimentos a ser seguida,nesta ordem já está fixada na memória.
IMAGINAÇÃO: funcionamento da
imaginação e seu desenvolvimento,têm uma grande autonomia e se manifestam tanto
na ação como no ato de aprender.As aprendizagens escolares a imaginação
desempenha um papel central e deve ser considerada no planejamento,na alocação
de tempo das atividades dentro e fora da sala de aula,nas situações comuns do
cotidiano escolar.Duas implicações,a imaginação não é dada na espécie é
construída e faz parte integrante do processo de aprendizagem.
III. CURRÍCULO E DESENVOLVIMENTO HUMANO
A - A criança na escola
A aprendizagem é um
processo múltiplo, isto é a criança utiliza estratégias diversas para aprender,
com variações de acordo com o período de desenvolvimento,estratégias que são
importantes durante toda infância como observar,imitar e desenhar.As
informações e as atividades humanas necessárias para formar novas memórias que
servirão de suporte para aquisição se conhecimentos posteriores.
Toda criança se desenvolve indo ou
não à escola, o domínio do desenvolvimento humano não deixa de acontecer se a
criança não for à escola, precisa ser ensinado apropriar-se da língua escrita, ler
e escrever, formar conceitos de história,desenvolver o pensamento matemático.
B – A Distinção entre
Desenvolvimento e Aprendizagens Escolares
Quando a criança
passa a fazer parte da escola de um núcleo social ela vai modificando
continuamente. Mas não necessariamente o que ela aprende vem só da escola, mais
também em casa, na turma da rua, igreja e na família.
A aprendizagem é um
processo múltiplo, isto é, a criança utiliza estratégias diversas para aprender
com variações de acordo com o período de desenvolvimento. O aprendizado das
crianças tem a ver com as estratégias de aprendizagem, conforme o professor
passa uma atividade e o aluno aprende podemos dizer que uma dessas estratégias
pode ser como observar, imitar, desenhar e entre outros. O professor tem que
passar a atividade e verificar se os alunos estão aprendendo ou não, se estão
alcançando o objetivo alcançado, caso não estejam, o professor deve ter outras
estratégias do mesmo conteúdo pra vê se o aluno realmente aprendeu. Toda
criança desenvolve indo ou não a escola, por exemplo, na sua vida
cotidiana ele ou ela consegue reconhecer as cores não necessariamente precisa ir
à escola para aprender. Agora se quer aperfeiçoar seu conhecimento precisa ir à
escola para o professor aprimorar a língua escrita, ler e escrever, formar
conceitos de história e entre outros. Ainda falando de cores na escola ele ou
ela não irá só aprender as cores como fazer uma cor virá em outra cor, na idade
primária eles desenham muito. O desenho é muito importante no
desenvolvimento infantil a aula de desenho deve ser considerada como atividade
funcional e não como atividade complementar, tanto na educação infantil como na
série iniciais do ensino fundamental.
IV. APRENDER: CONHECIMENTO,
INFORMAÇÃO E ATIVIDADES DE ESTUDO
O conhecimento não
é fruto de discussões e intenções e sim de um trabalho sistemático que envolve
biologicamente e culturalmente o desenvolvimento humano.
Currículo envolve o
conteúdo da área de conhecimentos e as atividades necessárias para que o
aluno se aproprie desse conhecimento.
Aprender é uma
atividade complexa que exige do ser humano procedimento diferenciados.
O professor precisa
interagir com o aluno, desenvolver no mesmo a atividade de estudo é parte
integrante e fundamental do processo de ensino. Além da leitura, são atividades
que envolvem: observação, registro, organização e relato.
A
observação é importantíssima desde quando são bebês até uma
apresentação de trabalho para sala, requer atenção mais do aluno uma vez
que sabe que vai ser observado.
É importante o
registro é ali que o professor vai anotar o que foi ensinado, fazer um
planejamento do que quer ensinar e os objetivos alcançados. Observação e
registro podem vir juntos e ser utilizados em situações diferentes para cada
área de conhecimento, pois contribuem para a formação de conceitos.
O caderno pode ser
um local de registro de possíveis soluções para os problemas ou desafios
colocados para toda classe.
Para a organização,
a pessoa dispõe de inúmeras possibilidades desenvolvidas ao longo da evolução
da espécie mapas, diagramas, esquemas, e etc... São algumas possibilidades de
organização do que foi observado e registrado.
Habituar o aluno a
fazer relatos escritos, é de grande funcionalidade para o desenvolvimento
humano, pois a escrita e as informações na memória que contribui muito para o
armazenamento e de longa duração para a formação de conceitos.
A comunicação pode
ser oral, escrita, imagens, cartaz, livros, filmes e outros, todas essas formas
de comunicação são exercícios da função simbólica, portanto, sempre importantes
para os alunos nas várias idades.
Na ação de explicar
como se faz e na ação de monitorar passo a passo a realização da ação, o monitor
é solicitado a trabalhar com os conceitos envolvidos, o que ajuda o
desenvolvimento do seu próprio pensamento.
V. FORMAÇÃO DO
CONCEITO E INTERDISCIPLINARIDADE DO CÉREBRO.
Para
adquirirmos uma compreensão do mundo, há influências externas e internas, que
constroem essa compreensão dos símbolos, seus significados e subsignificados,
dando assim conceitos para efetivar nosso conhecimento.
Só a
teoria momentânea não dá conta da construção e manutenção desses conceitos,
sendo necessária uma constante manutenção, com experiências e aprofundamentos,
sempre com conceitos mais abrangentes, podendo dispender bastante tempo para
isso.
O
professor deve sempre identificar o ponto que a criança está, para não correr o
risco de regredir ou estagnar a matéria, e nem de avança-la demais, mas sempre
transformando, organizando os fragmentos conceituais da criança.
Há
duas dimensões para discutir a interdisciplinaridade e currículo: a da
aprendizagem e do desenvolvimento. Elas se relacionam, mas há de se distinguir
as duas.
O
aluno se apropria de conceitos de cada área especifica, devendo assim, existir
a interdisciplinaridade, mas mantendo os parâmetros que caracterizam cada
disciplina.
Na
interdisciplinaridade do desenvolvimento, sabe-se que internamente, milhões de
dados, redes e informações que recebemos vão se conectando e encaixando,
formando um conceito teórico e a forma como ele é organizado para aplicação.
Logo
o currículo deve colaborar em facilitar essa intersecção de conceitos, anexando
o aprendizado dos conteúdos sistemáticos com os culturais.
As
artes propiciam a cultura humana, sendo usadas também para sistematização do
conhecimento. Nas artes valores como disciplina e responsabilidade são
amplamente difundidos, auxiliando como processo interdisciplinar nas escolas,
pois as artes e as brincadeiras são heranças culturais no ser humano, e se
inserem nas redes internas de desenvolvimento e conexão de conceitos.
Construir
conhecimento envolve o educando, o educador e o conhecimento (formalmente
organizado). Isso é social, pois a escola não é independente, mas tem dimensão
política que reflete em suas ações em sala.
Aprender
não é uma atividade exclusivamente cognitivamente intelectual. Envolve emoções
por envolver a troca afetiva de informações e interações. Assim ela desenvolve
seus conceitos em sua totalidade.
Aproveitando
todo esse leque de rede de aprendizagem, o educador não deve restringir-se em
transmitir conhecimento, mas formas do aluno conseguir, por si só, juntar todas
as informações obtidas para amplificar suas habilidades.
FONTE:
Lima, Elvira Souza.Indagações sobre currículo : currículo e
desenvolvimento humano; organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra
Denise Pagel,
Aricélia Ribeiro do Nascimento. –
Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2007.
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