quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Resumo Libras Viviane Nascimento...

Resumo de libras



A Língua de Sinais diferentemente do que se pensa não é universal, pois assim como cada país tem sua língua oral própria, tem também sua língua de sinais, considerando que o objeto, a ação ou o sentimento assume características bem peculiares a cada cultura, adquirindo um significado cabível a tal, esta crença de universalidade está pautada no entendimento de que Libras é apenas um código simplificado e não uma língua com estrutura sintática, morfológica, pragmática e fonológica. 

Do mesmo modo que a Libras não é universal, também não é artificial, pois não foi criada com o intuito comercial, facilitador de aprendizagem, mas naturalmente na interação de pessoas surdas, não tomando características das línguas orais. 

Se apresenta na Modalidade Espaço-visual diferentemente das Línguas Orais que se configuram na Modalidade Oral-auditiva. Temos como exemplo o Esperanto que foi criada dentro de uma expectativa (ser de fácil aprendizagem), e de ser uma língua para ser utilizada internacionalmente, entretanto nenhuma outra nação adotou a ideia do russo Ludwik Lejzer Zamenhol. 

A gramática se apresenta em toda e qualquer língua seja oral-auditiva ou espaço –visual, muitos insistem que gestos (na realidade são sinais), jamais podem apresentar tal característica, contudo, apresentam estruturas gramaticais que viabiliza o estudo da mesma dentro dos parâmetros similares até mesmo da Língua Portuguesa, não deixando dúvidas que ambas são diferentes, mas como a maioria das pessoas são ouvintes tende a estudar a Libras baseando e comparando sempre que possível na Língua Portuguesa, tanto na modalidade oral como na escrita. Além de apresentar cinco parâmetros que facilitam o seu entendimento. São eles: Configuração de mão, Expressão facial, Movimento, Orientação, e Ponto de articulação. 

A partir do momento em que a Língua de Sinais assume uma posição legítima de língua não pode ser considerada mímica, sabemos que numa conversação, apresentamos em alguns casos, mas a Libras/ não é composta única e exclusivamente por características mímicas, pois tal apresenta pontos em que cada pessoa vê um objeto, por exemplo, sob uma ótica muito subjetiva, que dificultaria o entendimento rápido e eficaz por um determinado grupo de pessoas. Com a Libras e o usuário da mesma pode acontecer o não entendimento imediato devido a regionalidade, mas a partir do momento que há a apropriação de tal peculiaridade a conversação flui naturalmente. 

É comum ouvintes conceberem a ideia que Libras não consegue expressar sentimento porém, quando falamos para um surdo que amamos animais, estamos expressando o nosso sentimento a algo assim temos: 
Amamos: verbo que representa a ação de amar; 

Animal: ser que recebe a ação: amar; 

Assim trabalhamos o sentimento, o surdo entenderá que há afeto, o ato de amar simplesmente não é concreto não o tocamos, não é objeto, apenas sentimos, é abstrato, não restam dúvidas que a Libras transmite conceitos abstratos também.

A iconicidade se traduz em representar por meio de gestos (ou sinais) um objeto, ou seja, o sinal para telefone se assemelha ao ato de utilizar o aparelho telefone, assim o mesmo é icônico pois remete ao concreto, contudo o sinal de triste em nada se assemelha ao estar triste, assim não é icônico mas arbitrário. Arbitrariedade consiste a grosso modo em não representar o objeto, ação e sentimento, através de suas características mais óbvias, assim concluímos que a Libras não é exclusivamente icônica.

A Língua de Sinais não é um código secreto dos surdos, é uma língua natural que atende as peculiaridades da Comunidade Surda, assim como a Língua Portuguesa atende as necessidades da Comunidade Ouvinte, e nem por isso todo o planeta sabe a Língua Portuguesa. Esta visão pequena vem da época em que os mesmos eram proibidos de se comunicarem através da Libras, onde eram obrigados a se esconderem em porões para conversar.

O alfabeto manual não é Libras, é apenas um recurso que auxilia a mesma, resumi-la em 26 configurações de mãos não nos faz pessoas fluentes em Libras como também não atende as necessidades dos surdos, pois a Datilologia serve para fazer a ponte entre a Língua Portuguesa e a Libras quando não há sinal específico para uma pessoa ou não se sabe o nome de um determinado lugar ou objeto, ou seja, ajuda no momento de um empréstimo linguístico, assim a Libras transcende e muito o Alfabeto Manual.

A Libras não é uma versão sinalizada da Língua Oral, como já citado anteriormente, possui estrutura própria e independe da língua oral auditiva, nós ouvintes é que temos o costume (pois de fato é mais fácil para o nosso entendimento) de estar sempre comparando-as.

A Língua Brasileira de Sinais teve influências da Língua Francesa de Sinais, sendo mito acreditar que a mesma proveio da língua oral, cada língua traz referência de línguas pertencentes à mesma modalidade
. 
A Língua de Sinais não é ágrafa, pois desenvolveu-se uma forma de escrevê-la o Sing Writing, não é tão conhecido, mas já está sendo utilizado, e que expressa o que de fato a Libras deseja passar num sistema de escrita.

Ainda existem muitos mitos que permeiam a Libras, pois os ouvintes estão habituados a ouvir e não a ver atentando para os detalhes, como resultado dos anos em que os surdos foram ouvintizados (ou pelo menos era isto o desejado).


Referência Bibliográfica HONORA, Márcia, FRIZANCO, Mary Lopes Esteves, Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez. II Título, São Paulo, Ciranda Cultural, 2009. 


O QUE É SURDEZ?
Surdez é o nome dado à impossibilidade e dificuldade de ouvir, podendo ter como causa vários fatores que podem ocorrer antes, durante ou após o nascimento. A deficiência auditiva pode variar de um grau leve a profunda, ou seja, a criança pode não ouvir apenas os sons mais fracos ou até mesmo não ouvir som algum.


Deficiente Auditivo – Pessoa que possui a deficiência em um ou ambos ouvidos, podendo dispor em grau de perda, desde a surdez leve até a profunda. Termo comum no vocabulário médico e científico. Usado por alguns fonoaudiólogos e documentos oficiais. Enquadra o surdo na categoria “Deficiência”. Já ouvia algum tipo de som e perdeu. A perda auditiva pode ser causada por doenças, otites médias e agudas, exposição excessiva a ruídos.

Surdo- nasceu surdo, ou seja, de origem congênita, é quando se nasce surdo, isto é, não se tem a capacidade de ouvir nenhum som. Por consequência, surge uma série de dificuldades na aquisição da linguagem, bem como no desenvolvimento da comunicação. Pode ser causado por hereditariedade, doenças durante a gravidez, medicamentos tomados durante a gravidez, incompatibilidade de sangue, parto prematuro.


Surdez leve: 
perda auditiva entre 25db e 40db
Surdez moderada:   perda auditiva entre 41db e 55db
Surdez acentuada: perda auditiva entre 56db e 70db
Surdez severa:
perda auditiva entre 71db e 90db
Surdez profunda: perda auditiva acima de 91db


Anacusia: este termo significa falta de audição, sendo diferente de surdez, onde existem resíduos auditivos. Audição Considerada Normal - perda entre 0 a 24 db nível de audição

Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais. As Línguas de Sinais Brasileira (LSB) é a língua natural da comunidade surda brasileira. As línguas de sinais são denominadas línguas de modalidade gestual-visual (ou espaço-visual), pois a informação linguística é recebida pelos olhos e produzida pelas mãos.

A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS define a Língua Brasileira de Sinais – Libras como a língua materna2 dos surdos brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com esta comunidade. Como língua, está composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como gramática, semântica, pragmática, sintaxe e outros elementos preenchendo, assim, os requisitos científicos para ser considerado instrumento lingüístico de poder e força.


DATILOLOGIA
Alfabeto manual é usado somente para nomes de pessoas e lugares, rótulos, não é uma representação direta do português e sim da ortografia. É uma sequência de letras escritas do português.


A LIBRAS têm sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns parâmetros que estruturam sua formação nos diferentes níveis linguísticos. Três são seus parâmetros principais ou maiores: a Configuração da(s) mão(s)- (CM), o Movimento - (M) e o Ponto de Articulação - (PA); e outros constituem seus parâmetros menores: orientação de mão – (Or ou Om) e as expressões não-manuais - faciais ou corporais – (ENM).


BERNARDINO, Elidéa Lúcia. Absurdo ou Lógica. Belo Horizonte: Profetizando Vida, 2000.
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de línguas de sinais. Rio de
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COSTA, Antônio Carlos; STUMPF, Marianne Rossi; FREITAS, Juliano Baldez;
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VASCONCELOS, Silvana Patrícia; SANTOS, Fabrícia da Silva; SOUZA, Gláucia Rosa da. LIBRAS: língua de sinais. Nível 1. AJA - Brasília : Programa Nacional de Direitos



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